Cintia Machado





Vastos Medos
Cintia Machado


O medo nasce das palavras não ditas. 
Dos gritos que ninguém escuta. 
Do silêncio que acalma, 
Do barulho que perturba.

O medo sempre acompanhou:

Diplomatas e amadores. 
Amantes e seus amores. 

Há olhares tão intensos que intimidam. 
Há olhares tão distantes que tememos. 
Há medos tão próximos que os abraçamos. 

Medo de fantasmas do passado. 
Medo do futuro tão incerto. 
Medo do presente tão ausente. 
Medo da luz e medo da escuridão. 
Medo do vazio e medo do excesso. 
Medo do amor e medo de não amar. 
[O medo só morre mesmo no nosso caixão] 

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Cintia Machado
Poeta